terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Financiamentos à exportação

Paulo Werneck
Marinus van Reymerswaele c.1490–c.1546): O Banqueiro e sua Mulher (1539)
Fonte: en.wikipedia.org

Com os juros praticados no Brasil, tradicionalmente muito superiores aos praticados no exterior, fica bastante difícil exportar em condições de competir com a produção externa. Aliás o "Custo Brasil" inclui muito mais, de modo que podemos considerar o exportador quase como um herói.

Entretanto, no caso particular dos juros, o jeitinho brasileiro, aliado à necessidade dos governos de manterem equilibrada a balança de pagamentos, encontrou uma solução engenhosa: os Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC) e os Adiantamentos sobre Cambiais Entregues (ACE), empréstimos em reais ao exportador, a juros internacionais.

Qual a mágica?

O banco brasileiro capta empréstimos no exterior, em moeda estrangeira, a juros internacionais, e empresta ao exportador em reais, de tal forma que quando o importador paga a mercadoria, o banco, com essas divisas, honra o empréstimo que captou.

Há um porém. Se o exportador não exportar, a coisa toda muda, e o empréstimo, que era mamão com açúcar, torna-se bem oneroso, o que prejudica o exportador de boa-fé, que teve algum problema com a produção ou com o cliente.

Ocorre que no passado isso não ocorria e muitos espertos se aproveitaram para obter financiamentos baratos simulando a existência de exportações.

Há outras modalidades de financiamento, como o BNDES-Exim, mas os recursos são do país e, consequentemente, as condições são mais rígidas.