Paulo Werneck
Um leitor enviou uma pergunta (por meio do Fale Conosco), mas escreveu o endereço de email errado e fiquei sem meio adequado para o responder diretamente. Como a dúvida é razoavelmente disseminada, respondo nesta postagem.
Eis a dúvida:
Gostaria de saber quais os documentos necessário para importar. Estou montando uma empresa de roupas, cosméticos para mulher, e conheço alguns amigos que importam roupas com um preço muito bom. Eu gostaria de revender. Será que é um bom negócio?Trabalhar com importação ou exportação pode ser um bom negócio como qualquer outro. Todavia é um péssimo negócio para quem não entende do riscado.
Certamente quem tem dúvidas como essa - quais os documentos necessários - demonstra desconhecimento total e não deve investir um centavo sequer enquanto não estudar o suficiente.
Para começar a estudar, pode baixar do meu site (www.mercadores.com.br > downloads > comércio exterior) e estudar uma apostila sobre o assunto. É bem resumida: serve como introdução, para depois ser aprofundada com a leitura de livros (por exemplo, meu Comércio Exterior e Despacho Aduaneiro) e presença em cursos ou palestras.
Depois dessa abordagem inicial, o futuro empresário deve continuar estudando de acordo com seus objetivos, uma vez que já terá uma boa visão geral da área.
Será o momento de elaborar um plano de negócios e, se viável, começar a investir. Nesse aspecto o Sebrae pode ajudar, inclusive com cursos on line gratuitos.
O interessado não poderá deixar de considerar as variáveis que estão fora do seu controle, como a cotação do real frente às demais moedas. A apreciação do real facilita as importações e dificulta as exportações, a desvalorização do real faz o contrário. Uma variação brusca na cotação pode colocar o negócio em risco.
Ademais, numa situação em que qualquer um pode comprar pela Internet no exterior, com cartão de crédito internacional e entrega via Correios ou empresa de courier, o revendedor de mercadoria importada tem que oferecer algo mais do que preço.
Resumindo, há muitas empresas, grandes e pequenas, tendo sucesso no Comércio Exterior. Mas tal sucesso deve-se à competência das suas administrações. É o mesmo que se passa com restaurantes. Todo mundo diz que comida dá dinheiro, que por pior que esteja a situação temos que nos alimentar. Mas quantos restaurantes, bares e que tais já vimos fechar as portas? Outros, todavia, são centenários: passaram por duas guerras mundiais, não sei quantos planos econômicos, apresentaram em seus cardápios preços em nem sei quantas moedas...
